segunda-feira, 23 de junho de 2014

Como realizar uma viagem astral

 
Imagem de Tumiso por Pixabay


Agora que você tem um pouco mais de experiência em se concentrar em uma única imagem, é possível expandir essa experiência para o seu caminho.  Assim como a meditação, trabalhar o "caminho" começa por "assentar-se" (ligar-se à terra), relaxar e entrar em estado de transe. Contudo, uma vez que você tenha chegado ao transe, ao invés de focar em uma única imagem, você permitirá que a sua mente o guie numa jornada pelo seu caminho ou para um destino que você escolheu antes de começar. Wiccanos se valem do caminho de diferentes maneiras, entre outras:

Para falar com os deuses


  Os deuses existem na terra, mas é muito mais fácil alcançá-los se você for aonde eles estão - o outro mundo, o reino espiritual. Em meditação, você pode viajar para o mundo dos deuses e aprender sobre eles em contexto. Eles podem lhe mostrar ou ensinar coisas que no seu caminho seriam difíceis de experimentar no plano mundano.

Construir um templo astral


  Um templo astral é um lugar que você cria na sua mente para onde você vai quando quer fazer magia ou se comunicar com os deuses, entre outras coisas. Trabalhar o caminho em direção a um templo astral usualmente envolve fazer múltiplas viagens astrais a esse local, fazendo-o mais e mais concreto e claro cada vez que você o visita.

Para conseguir informação psíquica

   Você pode usar o seu caminho para encontrar guias úteis a quem perguntar e de quem conseguir informação. Por exemplo, você pode desenhar uma viagem para ir de encontro com o seu eu interior (numa personificação do seu subconsciente), para pedir-lhe  para pedir-lhe para localizar um foco de dor no seu corpo ou pode visitar os espíritos animais ou humanos de um local sagrado para aprender sobre o significado daquela área. Da mesma forma, você pode usar o caminho para encontrar, falar e conseguir informação dos mortos.

   Uma das coisas mais importantes a se lembrar quando você está trabalhando o seu caminho é que é necessário ter o seu lugar da sua jornada, e você deve deixar esse caminho pelo mesmo lugar que encontrou - para não se perder - . Por exemplo, algumas pessoas visualizam o começo de suas jornadas indo em direção a uma porta ou um portão e eles passam por essa mesma porta ou portão em seu retorno para o "real", o mundano, o mundano, o mundo tal qual conhecemos. Outros imaginam começar na entrada de um túnel e ir retornando em direção à saída desse mesmo túnel. Refazer os seus passos é importante porque isso faz com que sua mente reconheça os sinais que o trarão de volta ao mundo real. Você quer fazer isso de maneira clara para si mesmo para que possa voltar completamente e não de maneira a deixar um pé na terra e outro no além . Quando você está trabalhando o seu caminho em uma jornada, o seu eu psíquico e espiritual, não o seu eu físico, é quem faz a viagem. Você quer ter certeza de que seu eu psíquico seja reunido no final desse trabalho.  Se os dois não se reconectarem corretamente, você se pode se sentir desorientado, perdido, enjoado ou incompleto pela falta de uma palavra melhor. Eliade propõe que os xamãs são considerados um pouco loucos porque estão simultaneamente em ambos os mundos e por isso nunca completos em nenhum. Não entre em pânico, apesar de tudo: se você andar pelo seu caminho e acabar se perdendo da sua trilha, não se tornará um xamã louco. Se você não conseguir arranjar uma situação para retornar completamente do seu caminho por um portal ou qualquer outro recurso visual que tenha usado, visualize a você mesmo se reintegrando a qualquer parte sua que tenha ficado para trás, trazendo-a de volta, clara e deliberadamente pelo caminho que veio, e faça um longo processo de assentamento ao voltar.
   Se você estiver realmente preocupado em não conseguir voltar, tente o truque de Teseu (Teseu e o Minotauro). Quando você entrar no caminho, até uma corda dourada ou uma linha em seu portal ou porta de saída e a outra corda no seu braço. Se você se perder ou se sentir desorientado durante o caminho, é possível seguir a corda de volta. Outra opção é ter alguém por perto no cômodo com você enquanto trilha o caminho. Essa pessoa pode guiá-lo de volta, levando-o verbalmente para o ponto de sua entrada se você se perder.
   Também é importante usar a mesma entrada e saída porque sua mente saberá o lugar corretamente e você pode sair de lá facilmente mesmo que não esteja trazendo consigo a corda dourada do truque de Teseu, o que torna as coisas muito mais simples para entrar em seu caminho e achar o retorno. Isso também significa que você pode gastar menos tempo e energia em sua "indução" (a parte inicial da viagem que você repete a cada jornada) e mais tempo na sua jornada atual.

Decidindo o caminho

   Para começar a trilhar o caminho, primeiro deve-se decidir alguns detalhes particulares da sua viagem, como a razão pela qual você está nessa jornada, seu intento ou destino, quem ou que que coisa você gostaria de encontrar. Mantenha em sua mente que você pode encontrar todo tipo de coisa que não planejou e que estará na sua jornada. Você também pode decidir qual imagem gostaria de usar para sua indução ou transição entre o mundo material e espiritual. Você pode usar as ideias da porta, do portal ou do túnel, ou criar a sua própria.
    Quando escolhe esses fatores da sua viagem, você tem o cenário da sua história pessoal. O cenário tem três partes: a indução, a parte que você entra em transe e adentra o caminho; o corpo, quando você faz aquilo que precisa fazer em seu caminho; e o encerramento, que é quando você sai do caminho. Em muitos trabalhos relativos ao caminho, incluindo o exemplo a seguir, o encerramento e a indução tem quase o mesmo script, mas o corpo não é o mesmo. Isso porque você não pode planejar tudo o que acontecerá em sua viagem. Se pudesse, não haveria porque seguir adiante. Escreva a seguir sua estrutura. Uma vez feito isso, você pode querer ler e gravar, pois assim é possível usar o som da sua própria voz, você pode pedir a um amigo que faça a gravação da indução no seu lugar, ou, quando você chegar em sua jornada atual, você pode pedir a ele para ler a indução para você, ou você pode ainda simplesmente imaginar-se no ponto inicial.
   Os passos para a jornada são muito similares aos da meditação:

  1. Escolha um lugar clamo e seguro para realizar o seu trabalho. Desligue o telefone. Coloque um aviso de "não perturbe" na porta. Relaxe.
  2. Use uma das técnicas de assentamento, preferencialmente uma que não tenha grandes exigências.
  3. Feche os olhos se eles ainda não estiverem fechados. Ligue o seu gravador ou diga ao seu amigo para começar a ler, ou ainda, comece a visualizar o ponto de entrada de sua jornada. Escutar ou imaginar a indução da sua história deve servir como indutor de transe em muitos casos. Ainda, se você achar que está tendo problemas diminuindo o seu nível de consciência, tente respirar pausadamente enquanto ouve.
  4. Ouça a indução. Veja você mesmo na porta, portal ou túnel. Tome um momento para gravar esse lugar em sua mente. Veja você mesmo chegando a tocar essa porta, portal ou túnel. Sinta quão real aquilo é.
  5. Uma vez que a imagem do seu ponto inicial está sólida em sua mente e você está em um leve estado de transe, comece a sua jornada.
  6. Conforme você experimenta o seu caminho, preste bastante atenção aos detalhes que você vê, toque, cheire, ouça, e diga a si mesmo que vai se lembrar deles até mesmo depois que não estiver mais em estado de transe. 
  7. Se você encontrar alguém em seu caminho - humanos, deuses, fadas, elfos, espíritos animais, fantasmas, personagens do folclore ou qualquer outro tipo de ser - seja educado! Não toque ou transforme em seu, nada que não queira ser tocado ou ser tido como propriedade, e se alguém ou alguma coisa diz a você para deixar algo em paz, faça-o. Os seres que você encontrará ao longo do caminho operam em diferente plano e a etiqueta é diferente lá. Se você for respeitoso e tomar tempo para examinar a situação procurando por dicas de como se comportar, os seres que você encontrar estarão mais dispostos a ajudá-lo e a serem receptivos no seu retorno. Pense nisso como um jantar de gala num país estrangeiro em que você não sabe a língua e os costumes, mas tem de se apresentar de acordo. E nunca, nunca pegue alguma coisa a menos que tenha sido obviamente dado a você. Se você está em um jantar formal, afinal de contas, você não roubaria garfos. Itens roubados ou pilhados do plano espiritual, seus donos tendem a retornar para assombrar o ladrão tempos depois. Também não é aconselhável comer ou beber nada no plano espiritual, pois isso manteria a pessoa ou a alma dela presa naquele plano por tempo indeterminado.
  8. Quando sua jornada estiver completa, retorne para seu ponto de partida. Eleve sua consciência até o mundo real e assente-se. Sempre descarregue suas energias após ter estado em sua jornada.


Texto retirado do livro "Wicca para iniciantes" de Thea Sabin.

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